O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, pediu nessa última sexta, 22, ao TCU a suspensão dos salários de 25 militares, tanto ativos quanto da reserva, que foram indiciados pela Polícia Federal por envolvimento em um golpe de Estado. Entre os indiciados estão figuras de destaque, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general da reserva Augusto Heleno, e o tenente-coronel Mauro Cid. O total de gastos com os salários desses militares chega a R$ 8,8 milhões por ano, valor que Furtado considera um desperdício de recursos públicos, já que os envolvidos estariam ligados à trama que visa a destruição do Estado.
No pedido, Furtado argumenta que continuar pagando essas remunerações seria uma contradição, pois os militares indiciados são acusados de conspirar para instalar uma ditadura, em detrimento das instituições democráticas. O documento também solicita o bloqueio de bens de todos os 37 indiciados no valor de R$ 56 milhões, como forma de garantir que os prejuízos causados pelos atos de destruição do patrimônio público, durante os ataques de 8 de janeiro de 2023, sejam reparados. O subprocurador apontou ainda que a continuidade dos pagamentos poderia agravar ainda mais a crise fiscal do país.
Embora a solicitação tenha sido formalizada, o TCU informou que ainda não abriu o processo para avaliar a suspensão dos salários. O caso segue em sigilo de justiça, e Furtado pediu também o compartilhamento do inquérito com o tribunal para dar prosseguimento às medidas cautelares. O pedido está sendo analisado em meio a um cenário de tensão política e crescente pressão por responsabilização dos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro.
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