Comitê da ONU afirma que ações de Israel em Gaza correspondem a genocídio

Um comitê especial da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou, nesta quinta, 14, que os métodos de guerra utilizados por Israel na Faixa de Gaza, desde o início da guerra em outubro de 2023, “correspondem às características de genocídio”. O comitê concluiu que as autoridades israelenses têm apoiado políticas que privam os palestinos das necessidades básicas, como alimentos, água e combustível, e que a fome tem sido usada como “arma de guerra”. O relatório destaca que Israel busca “infligir castigos coletivos” à população palestina em retaliação aos ataques do Hamas, grupo extremista responsável por uma série de ataques no sul de Israel em outubro de 2023.

A ONU também aponta que os bombardeios israelenses em Gaza têm causado danos significativos à população civil e à infraestrutura do território. O comitê denuncia o uso de mais de 25 mil toneladas de explosivos pela força militar israelense, o que equivale a quase duas bombas nucleares, uma quantidade semelhante à lançada sobre Hiroshima em 1945. Além disso, a utilização de inteligência artificial com supervisão humana mínima e o uso de “bombas pesadas” são criticados, com a ONU afirmando que Israel não tem tomado as precauções necessárias para evitar vítimas civis, violando assim a obrigação de proteger os direitos humanos durante o conflito.

O relatório também denuncia a censura promovida por Israel, com bloqueios de informações e repressão à dissidência, incluindo campanhas contra a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). Essas práticas, segundo o comitê, fazem parte de uma estratégia para controlar o discurso público e impedir a divulgação de informações sobre as atrocidades cometidas em Gaza. A ONU ainda acusou Israel de desrespeitar repetidos apelos da comunidade internacional, incluindo decisões do Conselho de Segurança da ONU e do Tribunal Internacional de Justiça.

O comitê da ONU fez um apelo urgente à comunidade internacional para cessar o apoio à ofensiva israelense e ao sistema de apartheid na Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Segundo o relatório, “respeitar o direito internacional e garantir a responsabilização” recai sobre os Estados-membros da ONU, e a falha em fazê-lo “cria um precedente perigoso”, permitindo que atrocidades ocorram sem controle. O relatório será apresentado à Assembleia Geral da ONU na próxima segunda, 18, em Nova York.

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