O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou nessa última segunda, 11, que o anúncio do pacote de corte de gastos, inicialmente previsto para esta semana, foi adiado devido à inclusão de um novo ministério no esforço fiscal a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Haddad, as discussões sobre os cortes com os ministérios envolvidos foram concluídas no último domingo, 10, durante reunião no Palácio do Alvorada, e os atos já estão sendo encaminhados para a Casa Civil. O ministro aguarda agora o posicionamento do novo ministério, com a expectativa de que o pacote seja finalmente apresentado na próxima quarta, 13.
O ministro também revelou que, na tarde de ontem, se reuniu a sós com o presidente Lula no Palácio do Planalto para discutir o encaminhamento das medidas ao Congresso Nacional. Nesta terça, 12, Haddad e Lula devem se reunir novamente para definir a estratégia de comunicação com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, sobre o pacote de corte de gastos. A expectativa é que a proposta de emenda à Constituição (PEC) e o projeto de lei complementar sejam enviados em breve ao Legislativo.
Durante a entrevista, Haddad abordou as críticas de setores do PT ao pacote, afirmando que os ajustes realizados nas últimas semanas fazem parte de um debate democrático e não configuram uma “desidratação” das propostas, como sugerido por alguns membros do partido. O ministro destacou que as modificações têm o objetivo de tornar as medidas mais compreensíveis e “palatáveis”, sem comprometer os objetivos fiscais. Para ele, o processo foi benéfico e contribuiu para aprimorar a proposta.
O ministro também expressou confiança de que a PEC será aprovada ainda este ano, apesar da tramitação complexa das propostas desse tipo. Haddad reiterou que a principal finalidade do pacote é garantir a redução dos gastos obrigatórios, melhorar a qualidade do gasto público, combater a inflação e promover um crescimento econômico sustentável. O objetivo final, segundo ele, é a transição de um regime fiscal deficitário e de baixo crescimento para um regime de equilíbrio fiscal e crescimento sustentável.
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