A Justiça do Distrito Federal (TJDFT) aceitou a denúncia do Ministério Público (MPDFT) contra o carroceiro Jackson Nunes de Souza, que agora é réu pelo envolvimento na morte de João Miguel da Silva Souza, de 10 anos. O caso, que tramita no Tribunal do Júri de Brasília, inclui acusações de homicídio qualificado, corrupção de menores e ocultação de cadáver. O corpo de João Miguel foi encontrado em uma fossa em área de vegetação no bairro Lúcio Costa, após ele passar cerca de 15 dias desaparecido. Segundo a denúncia, o crime foi motivado por uma suspeita de furtos atribuídos à criança e pela perda de um cavalo de Jackson, que teria sido levado por João Miguel e escapado.
O MPDFT aponta que Jackson usou meios cruéis e motivação torpe, além de se valer de adolescentes para executar o crime. Embora o inquérito policial tenha apontado que os adolescentes — incluindo a namorada de Jackson, que confessou ter asfixiado o menino — foram responsáveis pela execução do homicídio, a denúncia sustenta que o carroceiro “tinha o domínio do fato e determinou a morte da vítima, valendo-se dos menores para alcançar a consumação do crime”. As investigações indicam que Jackson tinha um histórico de desavenças com João Miguel, que frequentava sua casa e teria sido acusado pelo trio de furtos de itens como bomba d’água, cigarros e até galinhas, embora nenhuma ocorrência tenha sido registrada para confirmar tais furtos.
A prisão de Jackson teve idas e vindas. Após ser solto em 26 de outubro ao fim do prazo de prisão temporária, o TJDFT emitiu um novo mandado de prisão preventiva em 28 de outubro, cumprido pela 8ª Delegacia de Polícia (SCIA) no dia seguinte. Os detalhes do crime e as circunstâncias em que o corpo de João Miguel foi encontrado — com o uso de um cabresto, em local de difícil acesso e conhecido por Jackson — reforçaram as suspeitas de seu envolvimento direto no homicídio, segundo a delegada-chefe Bruna Eiras.
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