O ano de 2024 deve substituir 2023 como sendo o ano mais quente da história, segundo o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) da União Europeia. Em um relatório divulgado nesta quinta, 7, o C3S informou que, de janeiro a outubro, as temperaturas médias globais foram tão elevadas que já é “praticamente certo” que o ano superará o recorde anterior, a menos que haja uma queda drástica nas temperaturas nos últimos meses. O aquecimento global, causado principalmente pelas emissões de dióxido de carbono de atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, é apontado como a causa fundamental desse recorde.
O anúncio ocorre uma semana antes da COP29, cúpula climática da ONU que será realizada no Azerbaijão, onde líderes globais buscarão acordos para aumentar o financiamento no combate às mudanças climáticas. No entanto, as negociações enfrentam desafios, especialmente com a possível vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, o que poderia reduzir as expectativas de avanço nas ações climáticas. A meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5°C ainda não foi ultrapassada, mas os cientistas alertam que a temperatura global média deverá superar esse limite até 2030.
Sonia Seneviratne, cientista climática da Universidade ETH Zurich, reforçou que a desaceleração das ações climáticas em todo o mundo está comprometendo os avanços no cumprimento do Acordo de Paris. A especialista destacou que, com o aumento das emissões de CO2 e o ritmo lento de mudanças, os limites de 1,5°C estabelecidos pelo acordo estão começando a desmoronar. A previsão do C3S é que, até o final de 2024, o mundo ultrapasse essa meta crucial, o que poderia intensificar as consequências catastróficas das mudanças climáticas.
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