Brasil incinera mais de 10 milhões de vacinas vencidas em meio a desafios na cobertura vacinal

Em 2024, o Ministério da Saúde incinerou cerca de 10,9 milhões de doses de vacinas fora do prazo de validade. A maior parte desse montante inclui imunizantes contra a Covid-19, mas também estão entre as doses descartadas vacinas contra febre amarela, tétano e gripe. Além dessas, outras 12 milhões de doses com vencimento já expirado aguardam descarte, incluindo 9 milhões da vacina da Janssen contra a Covid-19. As informações foram obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), com resposta enviada pelo Ministério em 25 de outubro.

Entre as vacinas já descartadas, aproximadamente 6,4 milhões de doses eram de imunizantes contra a Covid-19, que continua preocupando as autoridades de saúde com mais de 5,1 mil mortes em 2024. A vacina DTP infantil, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, também teve perdas significativas, com 3,1 milhões de doses incineradas, seguida pela vacina contra febre amarela, com 663,2 mil doses inutilizadas. O Ministério da Saúde enfrenta desafios em campanhas de vacinação, principalmente com a Covid-19, onde vacinas adquiridas em 2023 tinham prazos curtos de validade e enfrentaram resistência da população.

A desinformação é apontada pelo Ministério como um fator que impacta a adesão às vacinas, especialmente contra a Covid-19. Em nota, a pasta ressaltou que medidas estão sendo adotadas para evitar desperdícios, incluindo a entrega parcelada das vacinas conforme a demanda e a possibilidade de troca de doses por versões mais recentes aprovadas pela Anvisa. A cobertura vacinal no Brasil, em declínio desde 2016 para algumas vacinas como meningite e HPV, registrou uma leve recuperação no ano passado, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O Programa Nacional de Imunizações também implementa práticas para reduzir desperdícios, como cláusulas de troca para lotes próximos ao vencimento e monitoramento contínuo dos estoques. Ainda segundo o Ministério, contratos plurianuais e reuniões mensais com laboratórios têm sido estratégias para ajustar cronogramas de entrega. A pasta explicou que um percentual mínimo de perdas é esperado em políticas públicas de saúde, devido à necessidade de manter uma reserva técnica para eventualidades, garantindo proteção constante à população.

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