A rinite e a sinusite são condições respiratórias comuns que, apesar dos sintomas semelhantes, apresentam causas e tratamentos distintos. A rinite é uma inflamação na mucosa nasal, frequentemente provocada por alergias a poeira, mudanças bruscas de temperatura ou infecções virais como resfriados e gripes. Já a sinusite ocorre nos seios paranasais e pode provocar dor facial e desconforto intenso.
De acordo com estudos recentes, aproximadamente 25% da população sofre com rinite, que, quando não tratada, pode evoluir para quadros mais complicados. A otorrinolaringologista Marcela Suman explica que o tempo de duração dos sintomas é um fator essencial para diferenciar as duas condições: “Se os sintomas ultrapassam 7 a 10 dias, é provável que o caso evolua para uma sinusite. Antes disso, geralmente trata-se de uma rinite.” A especialista também destaca que, na sinusite, um sinal característico é o mau cheiro, tecnicamente chamado de cacosmia, presente em alguns casos de tosse e espirros.
A presença de animais domésticos pode agravar quadros de rinite em pacientes com predisposição alérgica. “Algumas pessoas têm alergia ao pelo de gatos, o que pode agravar a rinite. O teste alérgico, conhecido como prick test, é essencial para determinar se o contato com animais está realmente associado aos sintomas”, afirma Marcela Suman. Esse exame é um recurso importante para esclarecer se há necessidade de adaptar o convívio com os animais ou tomar medidas preventivas específicas.
Outra questão é o consumo de alimentos frios, que, ao contrário do que muitos acreditam, não causa rinite ou sinusite. No entanto, pode desencadear a rinite vasomotora em pessoas sensíveis a variações de temperatura. “Esse tipo de rinite surge com o frio, vento ou ingestão de sorvetes e afeta principalmente pessoas com sensibilidade elevada às variações climáticas”, comenta a médica.
O uso indiscriminado de descongestionantes nasais representa um risco pouco discutido, mas grave para a saúde. Produtos com substâncias como oximetazolina e nafazolina, presentes em marcas populares como Neosoro e Afrin, são amplamente vendidos sem prescrição, mas, segundo Marcela, podem causar efeitos adversos significativos. “O uso constante de descongestionantes pode ter consequências sérias, semelhantes aos danos causados por drogas ilícitas, mas sem os efeitos psicoativos”, alerta. A automedicação com descongestionantes pode, assim, comprometer o funcionamento cardíaco e do sistema respiratório, reforçando a necessidade de acompanhamento médico para o uso seguro desses produtos.
Para a prevenção e tratamento tanto da rinite quanto da sinusite, é recomendável buscar orientação médica ao invés de recorrer a medicamentos sem prescrição. Um diagnóstico adequado é o primeiro passo para um tratamento efetivo, permitindo que os pacientes encontrem soluções seguras e eficazes para essas condições respiratórias.
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