Quase um mês após a eleição presidencial da Venezuela, um dos reitores do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ligado à oposição, Juan Carlos Delpino Boscán, se pronunciou nesta segunda, 26, sobre o processo eleitoral de 28 de julho. Em comunicado, Boscán revelou que não esteve presente na Sala de Totalização dos votos do CNE e, portanto, não possui evidências que respaldem a vitória de Nicolás Maduro. Ele também denunciou irregularidades, falta de transparência e a suspensão de auditorias previstas durante o processo.
Boscán justificou sua ausência na totalização dos votos como uma resposta às supostas irregularidades observadas, incluindo o despejo de testemunhas em vários centros eleitorais e a falha na transmissão do código QR para o centro de dados. Segundo ele, essas falhas o levaram a tomar a decisão de não comparecer ao anúncio do primeiro boletim, que deu a vitória a Maduro com 80% das urnas apuradas. Boscán destacou que sua decisão foi baseada em seu compromisso com a integridade eleitoral e na responsabilidade de garantir que os resultados reflitam a verdadeira vontade do povo venezuelano.
Além disso, o reitor criticou a demora na publicação dos resultados por mesa eleitoral, que, segundo ele, deveria ter ocorrido dentro de 48 horas após a eleição, conforme a tradição. Essa demora, que se estende até o próximo dia 30 de agosto, teria causado a suspensão de três auditorias essenciais, gerando incertezas e afetando a confiança no processo eleitoral.
O governo de Nicolás Maduro, por sua vez, acusou parte da oposição de não respeitar o resultado emitido pelo CNE e de tentar promover um golpe de Estado. Em resposta, a oposição afirma possuir atas eleitorais que indicam a vitória de Edmundo González, mas enfrenta investigações do Ministério Público, que alega que algumas dessas atas foram falsificadas.
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