A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) emitiu um alerta nesta segunda, 19, sobre a crescente deterioração da segurança na central nuclear ucraniana de Zaporizhia, atualmente sob controle russo desde 2022. A preocupação foi intensificada após a explosão de um drone próximo ao complexo, que, embora não tenha causado vítimas ou danos à infraestrutura nuclear, afetou a estrada entre os dois portões principais da instalação. A central, a maior da Europa, está com seus reatores inativos desde o início da invasão russa, mas continua a necessitar de resfriamento constante, o que aumenta os riscos em caso de falha de segurança.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, destacou a vulnerabilidade das instalações nucleares em contextos de guerra, enfatizando que, apesar de serem projetadas para resistir a falhas técnicas e eventos extremos, elas não são preparadas para suportar ataques militares diretos. Grossi pediu “máxima contenção” de todas as partes envolvidas, alertando para a escalada dos riscos de segurança nuclear na região. Além disso, ele expressou sua intenção de realizar uma nova visita ao complexo para avaliar de perto a situação.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de utilizar a central de Zaporizhia como uma ferramenta de chantagem nuclear contra o mundo, empregando-a como base para ataques contra cidades vizinhas, como Nikopol. Zelensky reafirmou que a segurança só será restabelecida quando a Ucrânia retomar o controle da central. A presença de inspetores da AIEA em outras instalações nucleares do país, como Khmelnitsky e Chernobyl, ressalta a preocupação internacional com a situação, que continua a alimentar as tensões entre Ucrânia e Rússia.
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