O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reagiu à pressão internacional sobre as eleições presidenciais do país, realizadas em 28 de julho. Em entrevista à emissora estatal VTV, Maduro afirmou que questões internas da Venezuela devem ser resolvidas pelas instituições do país, destacando a soberania e a independência da nação. “A Venezuela tem instituições e os conflitos são resolvidos entre os venezuelanos, com a nossa lei e a nossa Constituição”, declarou o presidente.
A resposta de Maduro veio após críticas de vários líderes globais. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o colombiano Gustavo Petro manifestaram dúvidas sobre a legitimidade da vitória de Maduro, exigindo a divulgação dos dados detalhados das eleições. Em contraste, o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador aguarda a decisão do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, que iniciou uma perícia do material eleitoral. Já o governo dos Estados Unidos reconheceu a vitória do opositor Edmundo González e pediu uma transição pacífica de poder.
Maduro comparou a situação atual com acusações de fraude em eleições anteriores nos EUA e no Brasil, referindo-se às disputas eleitorais de Donald Trump e Jair Bolsonaro. Segundo Maduro, os casos nos EUA e no Brasil foram resolvidos internamente, sem interferência de outros países. Ele rejeitou a tentativa dos EUA de se posicionar como autoridade eleitoral na Venezuela, chamando a atitude de “diplomacia imperial”.
A reeleição de Maduro tem sido questionada por falta de transparência na divulgação dos dados eleitorais e pela suspensão de auditorias pós-pleito. A oposição alega que a suspensão das auditorias e a falta de dados detalhados violam a legislação eleitoral. O caso foi levado à Suprema Corte venezuelana, que deve divulgar uma decisão final nos próximos dias. A legislação local estipula que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) tem 30 dias após a proclamação do resultado para publicar os dados oficiais no Diário Oficial.
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