A inflação desacelerou para as famílias de renda baixa e muito baixa em julho, mas voltou a subir entre as demais classes, segundo o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nessa última quarta, 14, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Enquanto as famílias de renda alta viram a taxa de inflação saltar de 0,04% em junho para 0,80% em julho, as famílias de renda muito baixa e baixa registraram uma leve redução, com taxas de 0,09% e 0,18%, respectivamente, no mês passado.
O grupo alimentos e bebidas foi o principal responsável pela desaceleração inflacionária nas faixas de renda mais baixas, com queda de preços em 10 dos 16 segmentos analisados. Itens como tubérculos (-16,3%), frutas (-2,8%) e cereais (-0,77%) foram fundamentais para aliviar o orçamento das famílias de menor poder aquisitivo. No entanto, os reajustes de 1,9% no preço da energia elétrica e de 1,2% do gás de botijão contribuíram para pressionar a inflação no grupo habitação, especialmente para essas mesmas famílias.
Por outro lado, as famílias de renda alta foram impactadas principalmente pelo aumento de 3,3% nos combustíveis, 4,4% no seguro veicular e 19,4% nas passagens aéreas, o que elevou a inflação do grupo transportes em julho. Além disso, o aumento dos serviços pessoais (0,55%) e de lazer (0,52%) também pesou mais para os segmentos de maior renda, refletindo uma pressão inflacionária mais intensa.
Na comparação com julho de 2023, todas as faixas de renda apresentaram avanço na inflação corrente, mas o impacto foi mais sentido pelas famílias de renda muito baixa, que registraram aumento de 0,09% na taxa em julho deste ano, em contraste com uma deflação de 0,28% no mesmo período de 2023. O aumento da inflação acumulada em 12 meses também é um reflexo dessa tendência, com as famílias de renda baixa mostrando a menor taxa (4,1%) e as de renda alta, a mais elevada (5,1%).
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