A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta terça, 23, sobre o alto risco de propagação do vírus da poliomielite na Faixa de Gaza e potencialmente além de suas fronteiras, devido à situação sanitária crítica no enclave palestino devastado pela guerra. Ayadil Saparbekov, chefe da equipe de emergências sanitárias da OMS em Gaza e na Cisjordânia, revelou que o poliovírus tipo 2, derivado da vacina, foi detectado em amostras de águas residuais em Gaza, aumentando a preocupação sobre um possível surto.
Para avaliar a situação, trabalhadores da OMS e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) devem chegar a Gaza na próxima quinta, 25, para coletar amostras de fezes humanas. Esta avaliação permitirá às autoridades sanitárias emitir recomendações sobre a necessidade de uma campanha de vacinação em massa. A poliomielite é uma doença altamente infecciosa que pode causar paralisia, principalmente em crianças menores de cinco anos. A avaliação deve ser concluída até o final da semana, determinando o tipo de vacina e a faixa etária a ser vacinada.
Em resposta à detecção do vírus, o exército de Israel anunciou que começará a oferecer a vacina contra a poliomielite aos soldados que servem na Faixa de Gaza. Além disso, com a cooperação de grupos internacionais, foram trazidas vacinas suficientes para imunizar mais de um milhão de pessoas em Gaza, onde a população total é de cerca de 2,3 milhões. Sem serviços de saúde adequados, a população de Gaza é especialmente vulnerável a surtos de doenças, conforme destacaram funcionários da saúde pública e grupos de ajuda humanitária. O recente balanço do Ministério da Saúde de Gaza contabiliza 39.090 mortos e 90.147 feridos desde o início da guerra com Israel, em 7 de outubro.
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