Artefatos indígenas retidos na França retornam ao Brasil após 20 anos

Artefatos indígenas de mais de 50 etnias, retidos na França por mais de 20 anos, retornaram ao Brasil para integrar o acervo do Museu do Índio, no Rio de Janeiro. No total, 585 objetos, incluindo máscaras, cocares, mantos, instrumentos musicais e esculturas, voltaram ao país após uma operação conjunta do Ministério Público Federal (MPF), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e Ministério das Relações Exteriores (MRE). Os artefatos foram adquiridos em 2003 e levados ilegalmente ao Museu de História Natural e Etnografia de Lille, na França.

O retorno foi concretizado após uma década de tratativas com autoridades francesas e a instauração de um inquérito civil público pelo MPF do Rio de Janeiro. Parte dos objetos já chegou ao Brasil em 10 de julho e está passando por um período de quarentena para evitar contaminações, conforme procedimentos museológicos. No Museu do Índio, as peças serão avaliadas para verificar seu estado de conservação antes de serem exibidas ao público.

Os artefatos, incluindo itens raros dos Kayapó, Enawenê-Nawê e Araweté, foram originalmente comprados por representantes do museu francês em São Paulo, sem a devida autorização para comercialização. Protegidos por convenções internacionais como a Cites, Unesco e Unidroit, os bens culturais foram finalmente repatriados após a Funai assumir os custos de transporte e seguro, já que o museu de Lille não cumpriu o contrato de devolução assinado em 2004.

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