Governo anuncia corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta última quarta, 3, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. Esses cortes, abrangendo diversos ministérios, podem ser parcialmente antecipados por meio de contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano. O levantamento dos programas e benefícios a serem cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda.

Haddad destacou que bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”. Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. Ele reforçou que o governo está empenhado em cumprir, “a todo custo”, os limites da lei que criou o arcabouço fiscal. “A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso”, destacou o ministro.

As declarações de Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, devido à alta das taxas de juros nos Estados Unidos e críticas recentes do presidente Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula ao longo desta quarta, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro, e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

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