Mãe denuncia HRT por negligência médica após morte de bebê recém-nascida

Nesta última terça, 21, uma mãe denunciou o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) por negligência médica após a morte de sua bebê recém-nascida, Aurora. A mãe relatou uma série de falhas no atendimento desde sua primeira visita à emergência do hospital, no dia 9 de maio, até o trágico desfecho.

A saga começou quando a mãe, munida de uma guia de internação fornecida por sua médica de pré-natal, procurou o HRT solicitando a internação. No entanto, a médica plantonista aconselhou que ela voltasse a cada dois dias, ao invés de proceder com a internação imediata, conforme solicitação médica.

Na última sexta, 17, a situação agravou-se. A mãe retornou ao hospital com pressão arterial elevada, o que resultou em sua internação imediata e no início do processo de indução do parto natural. Apesar da indução, a paciente não sentiu dores nem apresentou dilatação, fato que relatou à equipe médica.

Durante a troca de plantão no último sábado, 18, uma médica residente detectou novamente a pressão alta da paciente e tentou usar um sonar para verificar os batimentos cardíacos do feto. A médica alegou que o aparelho não estava funcionando, e a equipe acreditou inicialmente que estivesse quebrado. A mãe foi encaminhada para uma sala de ultrassom, onde a ausência de batimentos cardíacos da bebê foi confirmada.

A paciente foi então preparada para uma cesariana de emergência, sem a ausência de seu acompanhante que foi proibido pela equipe hospitalar. A mulher também informou problemas na administração da anestesia, resultando em um procedimento doloroso, durante o qual a mãe sentiu o corte e as manobras do parto.

Aurora nasceu sem sinais vitais e a equipe médica tentou ressuscitá-la, além de encaminhá-la para a intubação. Foi necessário também uma transferência de urgência para um leito de UTI. A família buscou ajuda do Ministério Público do Distrito Federal (MPDF) para conseguir a transferência e solicitou um laudo pediátrico, mas foi negado. O pediatra alegou que surgiu uma vaga na UTI do próprio HRT e que a bebê não suportaria a transferência devido ao tempo de espera.

Aurora sofreu aproximadamente seis paradas cardíacas antes de falecer na manhã do de terça-feira, 21. Em nota, a Secretaria de Saúde afirmou que a vitalidade do bebê foi monitorada sem intercorrências e que a mãe recebeu todas as orientações necessárias durante o processo de indução do parto.

Esta é a quarta morte de uma criança neste mês na rede pública de saúde do Distrito Federal, todas acompanhadas de denúncias de negligência médica por parte dos familiares. A situação tem gerado indignação e pedidos de ação urgente por parte dos deputados da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), que exigem uma reformulação completa no modelo de gestão da saúde pública para evitar novas tragédias.

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