Cerca de 9 milhões de brasileiros não possuem acesso à rede geral de água tratada

O Brasil possui uma população diversificada vivendo realidades distintas em relação ao saneamento básico, conforme revela o estudo “A vida sem saneamento: para quem falta e onde mora essa população?”, do Instituto Trata Brasil. Em parceria com a EX ANTE Consultoria Econômica e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), a pesquisa aponta que cerca de nove milhões de brasileiros não têm acesso à rede geral de água tratada. Segundo a presidente executiva do Trata Brasil, Luana Pretto, os dados consideram as condições das 74 milhões de moradias brasileiras, destacando que o desenvolvimento econômico e social do país ainda está condicionado ao acesso ao saneamento.

Luana Pretto destaca que o estudo é um recorte importante que evidencia as disparidades no acesso à infraestrutura básica. “A gente ainda está bastante longe de atingir esse pleno acesso com esse recorte que o estudo traz, principalmente em quem são essas pessoas, que são as pessoas menos favorecidas, as pessoas que mais precisam dessa infraestrutura básica”, avalia. Os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE também são alarmantes: 8,916 milhões de moradias não estavam ligadas à rede geral de abastecimento de água tratada em 2022, representando 12% das residências e afetando 27,270 milhões de pessoas.

Percy Soares Neto, diretor-executivo da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon), reforça que os números têm mostrado pouca mudança ao longo dos anos. “Quando a gente atendia com água 82,5% da população em 2013, em 2021, praticamente dez anos depois, nós só subimos para 84,2%”, lamenta. Isso indica que, embora o acesso à água tratada seja um direito humano, os avanços no serviço de abastecimento de água no Brasil ainda enfrentam muitos desafios.

O levantamento do Trata Brasil destaca que a maior parte das moradias sem acesso à água tratada está concentrada no Nordeste, com 35% das residências nessa situação, totalizando 3,117 milhões de lares em 2022. Na região, a Bahia, Pernambuco e Maranhão apresentam a maior concentração de moradias sem acesso à rede geral de água tratada. Em estados como Paraíba, Alagoas e Pernambuco, cerca de 20% das residências ainda não têm ligação com a rede de abastecimento, mostrando uma necessidade urgente de investimentos em saneamento básico para garantir o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida dessa população.

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