O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou suas críticas ao governo de Israel durante um evento da Petrobras no Rio de Janeiro nesta última sexta, 23. Durante seu discurso, Lula classificou mais uma vez as ações em Gaza como um genocídio contra o povo palestino, destacando que não se trata de uma guerra convencional. Essa declaração vem em resposta à recente crise diplomática com Israel, desencadeada após o presidente comparar as ações militares israelenses na Faixa de Gaza ao Holocausto nazista.
“O que o governo de Israel está fazendo com a Palestina não é guerra, é genocídio”, disse Lula, que enfatizou: “Se isso não é genocídio, eu não sei o que é.”
Mesmo diante de pedidos de retratação, Lula reiterou sua posição histórica em defesa da criação de um Estado Palestino independente, seguindo a proposta de dois Estados. Em seu discurso, o ex-presidente expressou emoção ao abordar as trágicas mortes de civis, incluindo crianças e mulheres, na região, onde o conflito já causou a perda de aproximadamente 30 mil vidas palestinas, segundo dados do Ministério da Saúde local controlado pelo grupo Hamas. O evento ocorreu durante uma solenidade da Petrobras, mas as declarações de Lula ganharam destaque pela repercussão internacional da crise diplomática com Israel.
Em reação às declarações do presidente Lula, a oposição bolsonarista tomou medidas na última quinta-feira, 22, protocolando um pedido de impeachment. A proposta, liderada pela deputada Carla Zambelli (PL-SP), conta com 139 assinaturas, e está previsto que mais quatro nomes sejam adicionados na próxima segunda, 26, de acordo com a assessoria da parlamentar. Os deputados argumentam que o presidente teria violado um artigo crucial da Constituição Federal, que caracteriza como crime de responsabilidade “cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”, conforme estabelecido pelo Artigo 5° da Carta Magna.
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