O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista na última segunda, 29, que o déficit nas contas públicas em 2023 resultou do pagamento de precatórios atrasados, herdados do governo anterior. O ano passado registrou um resultado negativo de R$ 230,54 bilhões, sendo o segundo maior déficit da história, ficando atrás apenas de 2020, marcado pela pandemia de covid-19, quando atingiu R$ 743,25 bilhões. O déficit primário, que representa o resultado negativo do governo excluindo os juros da dívida pública, foi influenciado pela quitação dos precatórios após um acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF).
Sem o pagamento dos precatórios, as contas do Governo Central, composto pelo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, teriam encerrado 2023 com um déficit de R$ 138,1 bilhões, equivalente a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Com o socorro financeiro de cerca de R$ 20 bilhões para estados e municípios, o déficit teria diminuído para R$ 117,2 bilhões, representando 1,1% do PIB. A quitação dos precatórios em dezembro, por sua vez, impulsionou o déficit primário do mês, atingindo R$ 116,15 bilhões. Essa dívida do governo, adiada anteriormente por uma emenda constitucional em 2021, foi paga para evitar um passivo de R$ 250 bilhões até o final de 2026. Apesar disso, o déficit ficou dentro da meta estabelecida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano passado.
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