O Ministério para a Propagação da Virtude e Prevenção do Vício do Afeganistão recentemente deteve e agrediu jovens afegãs acusadas de usar o hijab de maneira inadequada. O regime talibã, que governa o país, referiu-se a essas jovens como “infiéis”. A repressão estendeu-se por diversos locais em Cabul, abrangendo salas de aula, mercados e centros comerciais.
De acordo com a polícia moral, dezenas de meninas e mulheres foram detidas ou submetidas a agressões, sob a justificativa de combater o mau uso do hijab. As acusações incluem “divulgar e incentivar outras pessoas a usar inadequadamente o véu islâmico” e o uso de maquiagem.
Zabihullah Mujahid, principal porta-voz dos talibãs, afirmou em uma mensagem de voz ao The Guardian que as famílias das mulheres detidas expressaram preocupações ao Ministério para a Propagação da Virtude e Prevenção do Vício. Ele alegou que as jovens eram apoiadas por grupos estrangeiros para promover o mau uso do hijab.
Ativistas dos direitos das mulheres no Afeganistão veem essa onda de repressão como mais um passo dos talibãs para restringir os direitos das mulheres e excluí-las da vida pública. Em maio de 2022, os talibãs emitiram um decreto exigindo que as mulheres usassem burca da cabeça aos pés, permitindo apenas a exposição dos olhos.
Seja o primeiro a comentar