Com mais de 16 milhões de pessoas acometidas pela diabetes, o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial de incidência da doença, perdendo apenas para China, Índia, Estados Unidos e Paquistão, de acordo com o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF). Além disso, as projeções para o futuro não são animadoras: estima-se que até 2030 o número de brasileiros com diabetes possa chegar a 21,5 milhões.
Para entender a gravidade e a importância do controle do diabetes, o endocrinologista Dr. Joel Heitor Filho, do Mater Dei Uberlândia, ressalta que o diabetes tipo 2, o mais comum, está intimamente relacionado com a obesidade, que também é uma pandemia global. É justamente essa relação que torna a diabetes uma doença silenciosa e perigosa, pois muitas pessoas podem ter a condição, sem sequer saber.
As complicações do diabetes mal controlado são vastas e impactam diversos órgãos do corpo. As doenças cardiovasculares, como infartos e acidentes vasculares cerebrais, são responsáveis por 66% das mortes em pacientes diabéticos. Além disso, o diabetes pode levar a problemas oculares, como a retinopatia diabética, que é a segunda causa de cegueira no mundo. Os rins também são afetados, levando à doença renal crônica, enquanto o sistema nervoso periférico pode sofrer danos, causando dormência e formigamento nas extremidades.
Dr. Joel destaca a importância do controle rigoroso da glicemia para evitar essas complicações. “A glicemia capilar deve ser monitorada regularmente, e os valores ideais para um bom controle são uma glicemia de jejum entre 70 e 130, e uma glicemia duas horas após qualquer refeição até 180. Além disso, a hemoglobina glicada, que reflete a média das glicemias dos últimos 90 dias, deve ser mantida abaixo de 7, sendo um pouco mais rigorosa para pacientes mais jovens”, explica.
No entanto, o controle do diabetes vai além dos números. Dr. Joel enfatiza a importância de uma abordagem multidisciplinar, que inclui educação em diabetes, reeducação alimentar, exercícios físicos regulares, uso correto de medicamentos e acompanhamento por uma equipe composta por endocrinologistas, nutricionistas, educadores físicos e psicólogos. O suporte emocional e psicológico é crucial para ajudar os pacientes a enfrentar os desafios diários que o diabetes impõe.
Diante do cenário das projeções para o aumento do diabetes no mundo, a prevenção e o controle tornam-se essenciais. A conscientização sobre os fatores de risco, o diagnóstico precoce e a adesão a um estilo de vida saudável são armas poderosas na luta contra essa doença silenciosa. “No Dia Mundial do Diabetes, vamos lembrar a importância de cuidar da nossa saúde e daqueles que amamos, adotando hábitos saudáveis e buscando orientação médica regularmente para evitar complicações devastadoras no futuro”, finaliza o médico.
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