A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) iniciou, neste último sábado, 9, um extenso exercício militar no Mar Báltico que envolve 14 países, incluindo os Estados Unidos, em uma demonstração de força que tem como pano de fundo a guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Cerca de 30 navios de superfície e submarinos, até 19 aviões e várias unidades terrestres estão envolvidos no exercício Northern Coasts 23 sob comando da Alemanha, anunciou a Marinha alemã em comunicado.
Mais de 3,2 mil soldados vão treinar “pela primeira vez desde o início destas manobras, em 2007, em um cenário realista no âmbito da defesa da Otan”, disse o almirante Stephan Haisch.
Nos anos anteriores, os exercícios da Otan no Mar Báltico visavam sobretudo a preparação para fazer frente a ataques de piratas, terroristas e traficantes, ou para participar em missões internacionais.
As operações, que deverão durar até 23 de setembro, terão lugar principalmente nas águas costeiras da Estônia e da Letônia, incluindo o espaço terrestre e aéreo associado, bem como nas partes oriental e central do Mar Báltico.
Os dois países da antiga União Soviética, agora membros da Otan, fazem fronteira com a Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.
Os exercícios são liderados pelo almirante Haisch a partir de Rostock, uma cidade portuária no Nordeste da Alemanha.
É a primeira vez que a Marinha alemã planeja e lidera manobras desta ordem de grandeza, afirmou o almirante.
O treino terá foco principal na defesa dos portos, mas também em ataques anfíbios a alvos em terra.
O objetivo é otimizar a cooperação entre as forças navais, terrestres e aéreas envolvidas, explicou a Marinha alemã.
Os exercícios Northern Coasts foram lançados por Berlim em 2007, com comando alternado entre Alemanha, Dinamarca, Suécia e Finlândia.
Além da Alemanha, a edição de 2023 envolve Estados Unidos, França, Itália, Finlândia, Estônia, Dinamarca, Canadá, Bélgica, Lituânia, Letônia, Países Baixos, Polônia e Suécia.
A Rússia também realiza regularmente exercícios militares no Báltico, como aconteceu recentemente em agosto.
De acordo com a Marinha alemã, as manobras não ocorrerão perto de Kaliningrado, o pequeno território russo encravado na União Europeia, para evitar qualquer provocação.
Na sequência da guerra russa contra a Ucrânia, a Finlândia tornou-se o 31º membro da Otan, enquanto a Suécia aguarda a ratificação da Turquia para integrar a aliança militar.
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