No que depender de Putin, Brics terá destaque no cenário mundial

O presidente russo, Vladimir Putin, defendeu nesta terça, 22, mais cooperação entre o grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para garantir ao mundo o fornecimento de alimentos e recursos energéticos.

“A Rússia é a favor do estabelecimento de uma cooperação mais estreita no âmbito dos Brics para o fornecimento confiável e ininterrupto de energia e recursos alimentares aos mercados mundiais”, disse Putin numa intervenção por videoconferência na cúpula que ocorre em Joanesburgo, África do Sul.

Putin enfatizou que Moscou está aumentando o fornecimento de combustíveis, produtos agrícolas e fertilizantes aos países do sul e contribui para fortalecer a segurança alimentar e energética global e combater a pobreza e a fome nos países mais necessitados.

A este respeito, insistiu que o seu país é capaz de substituir os cereais ucranianos no mundo, tanto comercialmente como em doações, ou seja como ajuda humanitária.

O presidente russo repetiu a promessa feita na recente cúpula Rússia-África, em São Petersburgo, de que enviaria carregamentos de 25 mil a 50 mil toneladas de cereais para seis países africanos.

“As conversações com os parceiros já estão concluídas”, anunciou, salientando que a Rússia teve este ano “uma colheita magnífica”.

O líder russo voltou a insistir que o Kremlin está pronto para voltar à iniciativa do Mar Negro sobre as exportações de cereais se todas as suas condições forem cumpridas e voltou a acusar o Ocidente de dificultar o fornecimento russo de cereais e fertilizantes desde o início da guerra na Ucrânia, há 18 meses.

Depois de a Rússia ter abandonado, em meados de julho, o acordo que estava em vigor, a Ucrânia começou a procurar novas rotas de exportação para os seus cereais, e um primeiro navio já deixou o porto de Odessa rumo ao estreito do Bósforo.

Putin disse ainda que os cinco países Brics ultrapassam os países do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) “em paridade de poder de compra” e considerou “irreversível” a renúncia ao dólar nas trocas e transferências entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

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