Delegado da PF responsabiliza financiadores do garimpo por situação Yanomami

O delegado da Polícia Federal Humberto Freire, que atua nos inquéritos abertos para apurar a crise humanitária da Terra Indígena Yanomami, afirmou nesta última quarta, 8, em Boa Vista, que financiadores do garimpo ilegal em terra indígena têm maior parcela de responsabilidade criminal.

“As pessoas serão punidas na medida de sua culpabilidade. As pessoas que financiam, as pessoas que fazem lavagem daquele lucro auferido criminosamente com a retirada desse minério, elas têm uma responsabilidade muito maior. E isso está sendo investigado dentro dos inquéritos que foram instaurados pela PF”, disse durante coletiva de imprensa.

O delegado da PF acompanhou a visita de uma comitiva ministerial formada pelos ministros do governo Lula. Entre o grupo estava ainda a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joênia Wapichana, e os comandantes do Exército, Marinha e da Força Aérea. Durante a tarde, eles visitaram a Casa de Saúde Indígena Yanomami, a Casai, em Boa Vista.

Investigação
Até o momento, três inquéritos foram abertos pela PF. Um deles investiga o crime de genocídio contra o povo yanomami. Outro inquérito busca identificar esquemas de lavagem de dinheiro do garimpo ilegal. Há ainda um terceiro inquérito que apura crimes correlatos, incluindo fraudes em contratos públicos da saúde indígena.

Humberto Freire também destacou que as ações para reprimir o crime na terra indígena já estão em curso. “Nós já tivemos ações de destruição de equipamentos ilegais empregados neste crime. Já tivemos prisão de pessoas que estavam dentro da área. Obviamente que a gente precisa ter fases dessa operação. Nós temos ações programadas e serão implementadas, com vistas à, dentro de todas essas fases, termos a retirada de todos os garimpeiros por completo”, destacou.

 

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