MPF diz que cenário na Terra Indígena Yanomami foi causada por omissão do Estado

Procuradores do Ministério Público Federal (MPF) acreditam que a situação deplorável de saúde dos indígenas yanomami foi causada pela omissão do Estado brasileiro na proteção das terras indígenas.

A informação consta em uma nota publicada pela Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do MPF, que fez um relato histórico do trabalho realizado na Terra Indígena Yanomami, localizada em Roraima.

Segundo as entidades, as medidas tomadas pelo governo foram limitadas.

“No entendimento do Ministério Público Federal, a grave situação de saúde e segurança alimentar sofrida pelo povo yanomami, entre outros, é fruto da omissão do Estado brasileiro em assegurar a proteção de suas terras. Diante disso, houve o crescimento alarmante do número de garimpeiros dentro da Terra Indígena Yanomami, estimado em mais de 20 mil pela Hutukara Associação Yanomami”, declarou o órgão.

A nota ainda fala sobre a pouca oferta de serviços de saúde, falta de distribuição de remédios e a presença de garimpeiros na região como fatores que contribuíram para a situação.

“Além disso, também destacamos nosso compromisso em continuar atuando de forma célere e diligente, em todas as esferas e em cumprimento à sua missão constitucional para coibir as atividades ilegais de garimpo e outros ilícitos em terras indígenas, para a retirada de invasores nas Terras Indígenas Yanomami e de outros povos, como Munduruku e Kayapó, bem como para o fortalecimento da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai)”, concluiu o órgão.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) afirmou que o cenário dos povos yanomami foi denunciada pelo menos 21 vezes à Justiça. Segundo a APIB, aproximadamente 100 crianças morreram no ano passado devido à situação precária local.

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