Monitoramento de cavernas com morcegos é intensificada para controle da raiva

No ano passado, após 44 anos, o primeiro caso de raiva humana foi registrado na capital federal. Diante disso, a Secretaria da Agricultura (Seagri), juntamente com a Universidade de Brasília (UnB) e o Centro Universitário de Brasília (UniCeub), está indo a cavernas localizadas em propriedades rurais para manutenção de um banco cadastral e monitoramento de morcegos abrigados nestes locais.

A ação foi realizada em 2022 e permanece neste ano com medidas do Programa de Controle de Raiva dos Herbívoros, que servirão para compilação de dados e divulgação de um relatório com o mapeamento das áreas de maior risco de ocorrência da raiva no Distrito Federal.

“As ações acontecem durante todo o ano e são intensificadas no período de seca”, afirma a subsecretária de Defesa Agropecuária da Seagri, Daniele Araújo.

As visitas não são fáceis, pois exigem uma logística complexa que vai desde o mapeamento dos locais até a descoberta da melhor forma de entrar nas cavernas. “Uma vez, nosso servidor teve até que fazer rapel para conseguir entrar”, conta a gerente de Saúde Animal da Seagri, Janaína Licurgo.

Para este ano, espera-se o mapeamento em 17 principais cavernas do DF “Todos os servidores da Seagri e das universidades têm que estar com vacinação e sorologia em dia para participar das ações”, afirma.

Controle
O foco principal das visitas é a identificação da presença do Desmodus rotundus, espécie de morcego hematófago, que se alimenta de sangue. O animal é o principal transmissor do vírus da raiva para bovídeos e equídeos no DF. Outras espécies de morcegos encontradas também são catalogadas para fins de pesquisa.

O controle da raiva feito pela Seagri contém uma série de ações preventivas: vacinação de herbívoros, atendimento clínico de animais doentes e suspeitos, colheita e análise laboratorial de amostras animais, monitoramento de mordeduras por morcegos nos rebanhos, cadastramento e controle de abrigos de morcegos e atividades de educação sanitária com os produtores.

A cooperação dos produtores rurais para a identificação de casos suspeitos também é de extrema importância.

A Gerência de Saúde Animal orienta o contato com a Seagri pelos canais disponíveis para atendimento nos seguintes casos: animais no rebanho apresentando sinais de doença compatível com raiva, com dificuldades de locomoção ou paralisia; rebanhos com feridas após mordeduras por morcegos hematófagos; e se o produtor tem ciência da presença de cavernas em sua propriedade rural.

A Secretaria de Saúde (SES) também destaca algumas recomendações como medidas de prevenção:

→ Leve cães e gatos todos os anos para receber a vacina contra raiva;
→ Em caso de mordedura, arranhadura ou lambedura por mamíferos (morcegos, gatos, cachorros, macacos, raposa, saruês, bois, ovelhas, cavalos, entre outros), procure uma unidade de saúde e informe detalhadamente o ocorrido para avaliação da necessidade de iniciar vacinação;
→ Evite mexer ou tocar em morcegos ou outros animais silvestres, principalmente quando estiverem caídos no chão;
→ Não leve animais silvestres para casa.

Cuidados
Segundo a subsecretária de Defesa Agropecuária, o maior cuidado em relação a morcegos deve acontecer mediante ao encontro de morcegos mortos, caídos, voando de dia, ou com outros comportamentos anormais. Nesse caso, deve-se entrar em contato com a Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde.

A parceria entre a Seagri e a SES conta com o compartilhamento de informações referentes a casos de raiva em animais de interesse para a saúde pública, como cães, gatos e espécies silvestres, incluindo morcegos não hematófagos e hematófagos, além de animais de produção, como bovinos e equinos.

Contatos
– Gerência de Saúde Animal: falecomadefesa@seagri.df.gov.br
Telefone: 3340-3862
– Coordenação de Controle da Raiva e Encefalopatias: raiva.eeb@seagri.df.gov.br
Núcleo Operacional Leste: 3389-3738 (WhatsApp e telefone)
Núcleo Operacional Oeste: 3484-3484 (WhatsApp e telefone)

*Com informações da Seagri

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