O Museu Nacional da República (MuN) abre as portas nesta segunda, 2, para uma exposição que relata o avanço do diálogo democrático sobre a diversidade cultural e a identidade do país. Brasil Futuro: as Formas da Democracia reúne mais de 100 obras de arte que incitam esse debate no equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec). Parte das obras refletem a mudança no comando do Palácio do Planalto. A mostra tem entrada franca e estará disponível até 26 de fevereiro, no espaço expositivo principal.
As obras expostas estão organizadas em três grupos. Um celebra a democracia e busca resgatar os símbolos nacionais. Outro revisita pautas do feminismo, da negritude, dos povos originários, do movimento LGBTQIA+ e da diversidade de olhares. E a última instiga os visitantes a refletirem sobre a riqueza étnica, de gênero, regional e de linguagens presentes na cultura do Brasil. O arranjo produz três núcleos expositivos, nomeados, respectivamente, Retomar Símbolos, Decolonialidade e Somos Nós.
Curadoria
A curadoria de Brasil Futuro é de um time composto pela historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz, o arquiteto Rogério Carvalho, o ator Paulo Vieira e o secretário de Cultura do Partido dos Trabalhadores (PT), Márcio Tavares.
“O termo ‘futuro’ no título da exposição se remete à ideia de que democracia é sempre um projeto em aberto, a ser aperfeiçoado. Essa é, ao mesmo tempo, a beleza e a dificuldade da democracia”, declara Schwarcz, professora na Universidade de São Paulo (USP), autora de dezenas de livros e artigos sobre autoritarismo, racismo, feminismo e outros temas que visam explicar o conservadorismo das elites brasileiras.
Já o termo “formas”, também presente no título da exposição, refere-se às artes plásticas e aos artistas, que resistiram e foram cruciais para impactar a democracia.
Acervo
Cerca de metade das obras expostas é dos acervos do MuN, do Museu de Arte de Brasília (MAB) e da Presidência da República. A tela Orixás (1962), de Djanira da Motta e Silva (1914-1979), terá lugar especial na exposição. A obra, que havia sido retirada do Salão Nobre do Palácio do Planalto em dezembro de 2019, pode ser admirada mais uma vez. A outra parte das peças de arte foi emprestada para a exposição por galerias e colecionadores.
A indígena Daiara Hori Figueroa Sampaio, a Daiara Tukano, artista, ativista, educadora e comunicadora, graduada e mestre pela Universidade de Brasília (UnB), produziu uma tela especialmente para a exposição, sob o poético título de A queda do céu e a mãe de todas as lutas. O quadro mostra o papel significativo dos povos originários na luta pela preservação da vida no planeta.
Serviço
Museu Nacional da República
Brasil Futuro: as Formas da Democracia
Exposição coletiva
Curadoria de Lilia Schwarcz, Rogério Carvalho, Paulo Vieira e Márcio Tavares
2 de janeiro a 26 de fevereiro
Horário de visitação: terça-feira a domingo, das 9h às 18h30
Galeria Principal
Continuam: Aqui Estou – Corpo, paisagem e política no acervo do MuN Curadoria de Sabrina Moura Mezanino (Até 2 de julho)
As matérias vivas de Antônio Poteiro – barro, cor e poesia Curadoria de Divino Sobral Galeria Térreo e Sala 2 (Até 12 de fevereiro)
*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
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