Cirurgia Plástica em Adolescentes. O que eles querem mudar?

De acordo com um ranking mundial de cirurgias plásticas divulgado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o Brasil fez, em 2006, 700 mil intervenções, sendo 15% em adolescentes entre 14 e 16 anos. Há 10 anos, esse índice estava em torno de 5%.

Ainda sobre esse ranking, foi verificado que entre esses jovens, cerca de 70% eram mulheres e 60% das operações foram realizadas com fins estéticos.

Muitos fatores fizeram com que a procura pela correção e pela transformação do corpo, por meio de cirurgia plástica, aumentasse entre os adolescentes. Entre esses fatores, destacam-se a internet e o seu impacto no status quo e autoimagem, a própria globalização, o padrão de beleza estabelecido pela sociedade no geral, as facilidades de pagamento e acesso a esses procedimentos e profissionais e a massificação da indústria de cosméticos.

O que deve ser avaliado é se esse desejo entre os jovens não acabe se transformando em uma obsessão em busca da aparência perfeita, do corpo perfeito, fazendo com que eles queiram mudar tudo a qualquer custo.

Por isso, o cirurgião plástico deve constatar se o corpo do adolescente que o procura ainda pode sofrer alguma mudança e se há riscos para o seu desenvolvimento.

O que eles querem mudar?
As cirurgias de orelhas são as únicas que podem ser feitas desde o início da adolescência, já que o crescimento do pavilhão auricular acontece na primeira infância, até os cinco anos de idade em média.

Cirurgias das mamas: tanto a redução quanto o implante de próteses devem esperar o fim do desenvolvimento mamário, que costuma ocorrer de dois a três anos após a primeira menstruação.

Cirurgias faciais, como as de nariz, queixo, mandíbulas e maxilares, precisam esperar que ocorra o crescimento ósseo total, pois há o risco de haver alterações dos resultados caso ainda ocorra alguma modificação do rosto depois do procedimento.

Aos adolescentes do sexo masculino com ginecomastia (aumento da glândula mamária que acontece em cerca de 50% dos adolescentes durante o período de estirão) deve ser explicado que geralmente a regressão é espontânea em cerca de dois anos, não havendo a necessidade da retirada cirúrgica. Esta só é feita diante de repercussões psicológicas importantes ou da não regressão total após esse período.

Importante frisar
A tomada de decisão para que seja feita uma cirurgia plástica em um adolescente necessita obrigatoriamente passar pelos pais ou responsáveis por este, pela avaliação de um cirurgião plástico capacitado e tem de ser considerada a sua maturidade física e emocional.

É primordial saber quais são suas motivações e objetivos, além de ser muito claro quanto as possibilidades de resultados finais do ponto de vista físico, social e emocional. E importante lembrar que, de modo geral, a cirurgia estética não vai mudar a vida de uma pessoa. Por isso, se as expectativas forem irreais, será preciso acompanhamento psicológico.

Fonte: Dr. Alexandre Kataoka – CRM 112.497 – RQE. 38349 – Cirurgião plástico. Concursado pela Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo. Especialista e de membro-titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e membro da Sociedade Brasileira de Perícias Médicas e diretor do DEPRO da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

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