A maioria das pessoas que buscam procedimentos estéticos esperam resultados rápidos e transformadores e é por isso que os vídeos de bons resultados viralizam tão rápido na internet, como foi o exemplo de uma paciente que passou por uma sessão de peeling de fenol e ganhou muitas visualizações por causa do resultado surpreendente de rejuvenescimento da pele, cerca de 21 dias após o procedimento. O que pouca gente sabe, é que esse tratamento apresenta riscos e precisa ser feito de maneira muito controlada.
Os peelings químicos consistem na a utilização de ácidos para fazer uma esfoliação da pele para a retirada das células mortas. A expressão vem do inglês peel off, que é a retirada das camadas da pele. Segundo a biomédica, especialista em saúde estética e mestre em Ciências Farmacêuticas, Ana Clara Brathwaite, existem várias classificações de peelings que são baseadas na concentração utilizada, no pH ou na quantidade de camadas aplicadas do ácido na pele.
Tipos de peelings
Muito superficial: é como se fosse a esfoliação caseira, mas um pouco mais profundo com atuação até a transição entre o estrato córneo e a camada granulosa;
Superficial: procedimento que retira toda a primeira camada da pele (epiderme) e vai até o começo da derme, onde estão os melanócitos, e por isso é muito utilizado para clareamentos e para estimular a produção de colágeno;
Médio: aplicação que retira a epiderme e uma parte da derme, estimulando mais colágeno do que o peeling superficial e pode ser realizado por profissionais como biomédicos, dentistas, farmacêuticos e enfermeiros;
Profundo: retira toda a epiderme e toda a derme, por isso tem maior poder de rejuvenescimento, mas é também mais arriscado e só deve ser feito por médicos.
“O peeling de fenol é um peeling profundo e, por isso, exige um reparo tecidual grande para restaurar a pele. Os resultados são bons porque ele desencadeia a produção de colágeno e melhora as rugas mais acentuadas. Mas, justamente por isso, ele é um peeling mais arriscado que deve ser realizado por médicos em ambientes cirúrgicos e estéreis. A paciente precisa se afastar das atividades cotidianas e é alto o risco de hiperpigmentação, de cicatrizes hipertróficas ou cicatrizes deprimidas no rosto. Existe ainda o risco de contaminação, porque a pele é a primeira barreira de proteção do nosso corpo”, pontua Ana Clara.
Outro cuidado a ser tomado é que o peeling de fenol só é indicado para peles mais claras (até o fototipo 3), justamente pelo risco de hiperpigmentação pós-inflamatória e a intercorrência de manchas. Quando bem indicado, porém, os resultados são muito satisfatórios. Mas, existem várias opções de ácidos e técnicas de aplicações, inclusive do próprio fenol, que podem trazer bons resultados e que são realizados por profissionais como biomédicos, dentistas, farmacêuticos e enfermeiros.
“Podemos usar esse ácido de maneira mais branda, que é o que chamamos de fenol light ou fenol atenuado. Ele é um peeling de concentração dependente, ou seja, quanto maior a concentração do ácido mais ele aprofunda na pele. Ele pode ser considerado um peeling médio e tem um estímulo de colágeno razoável, mas não causa a retirada de toda a pele, é menos agressivo e demanda mais sessões para ter um resultado significativo.
Outros ácidos usados no consultório são o ácido retinóico e o tricloroacético. O primeiro é um peeling superficial que estimula a produção de colágeno de maneira mais sutil e demanda mais sessões, mas sua vantagem é que pode ser utilizado em peles mais escuras com segurança e o paciente não precisa se distanciar de suas atividades. Ele melhora as rugas mais finas e a qualidade superficial da pele, além de melhorar manchas e tratar a acne. O segundo, também de concentração dependente, é excelente para produzir colágeno, assim como o de fenol, mas usado apenas como peeling médio que trata rugas e flacidez um pouco mais acentuadas e só pode ser utilizado até fototipo III”, finaliza Ana Clara.
Seja o primeiro a comentar