Guangzhou, uma das maiores cidades da China e importante centro industrial está em bloqueio parcial devido ao aumento no número de casos de covid-19. Com isso, agravo-se a pressão sobre as cadeias de fornecimento globais.
As autoridades locais declararam na manhã desta quinta, 10, que moradores de distritos que abrangem quase 5 milhões de pessoas devem permanecer em casa pelo menos até domingo, com um membro de cada família autorizado a sair uma vez por dia para comprar bens de primeira necessidade.
A decisão foi tomada depois de a capital da província de Guangdong, de 13 milhões de habitantes, ter registrado mais de 2,5 mil novos casos nas últimas 24 horas.
Muitas escolas em toda a cidade estão dando aulas online, e os estudantes universitários foram impedidos de entrar ou sair do campus.
O transporte público foi suspenso e as aulas foram interrompidas em grande parte da cidade. Os voos para Pequim e outras grandes cidades do país foram também cancelados, segundo a imprensa estatal.
A China mantém estratégia de zero casos de covid-19, que inclui o confinamento de bairros, distritos e cidades inteiras, e o isolamento de todos os casos e respectivos contatos diretos em instalações designadas.
As fronteiras do país permanecem praticamente fechadas e as viagens e o comércio internos estão sujeitos a medidas de confinamento e regulamentos de quarentena em constante mudança.
As restrições resultam ocasionalmente em confrontos entre os moradores e os funcionários dos comitês de bairro, que são ameaçados de punição se os surtos em suas áreas de jurisdição fugirem do controle.
No total, a China registrou 8.824 novos casos nas últimas 24 horas, o valor mais elevado desde o fim de abril. Embora esse número seja baixo, considerando que a China tem 1,4 bilhão de habitantes, a escala geográfica do surto constitui desafio para a estratégia zero casos.
Todas as 31 regiões de nível provincial da China relataram novas infecções nos últimos dias. Além de Guangdong, no Sudeste, também a província central de Henan e a região autônoma da Mongólia Interior diagnosticaram mais de mil casos nas últimas 24 horas. Outras áreas do país também relataram centenas de novos casos.
A Organização Mundial da Saúde disse, em maio passado, que a abordagem extrema da China para conter a covid-19 é “insustentável”, devido à natureza altamente infecciosa da variante Ômicron.
Pequim recusou, no entanto, aprovar a importação de vacinas estrangeiras de RNA mensageiro no continente, já permitida nas regiões administrativas especiais chinesas de Macau e Hong Kong desde o início da pandemia.
A taxa de vacinação entre os idosos com inoculações domésticas, menos eficazes na prevenção de morte e doença grave, é de 86%, segundo dados oficiais.
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