Mesmo sem mortes por Covid-19 há 21 dias no DF, pandemia ainda é alvo de preocupação

Desde o começo da pandemia, em março de 2020, cerca de 684 mil pessoas perderam a luta para a Covid-19 no Brasil. No DF, foram 11.825 mortes. A capital federal não registra óbitos pela doença há 21 dias. Os brasilienses demonstram alívio com a flexibilização do uso de máscaras, mesmo em ambientes fechados ou aglomerados. Mas, segundo especialistas, a pandemia ainda não acabou. Eles defendem, ainda, medidas de prevenção ao vírus.

“O número de mortes é um dos últimos fatores a serem levados em conta quando queremos definir se uma pandemia acabou ou não. Um dos principais é a circulação do vírus, que ainda está em níveis importantes”, destaca o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia do DF, José David Urbaéz.

Em Brasília, a taxa de transmissão está em 0,75, valor que de acordo com a OMS demonstra controle da pandemia. Porém, segundo Urbaéz, o fim da pandemia só pode ser decretado quando o número de diagnósticos diminuir mais. Ele também ressalta que mundialmente, aproximadamente 1 milhão de pessoas morreram por causa do coronavírus desde janeiro deste ano.

Alta cobertura vacinal, imunidade desenvolvida por meio de infecções naturais, presença de variantes do vírus menos agressivas, disponibilidade de medicamentos antivirais e anticorpos monoclonais (proteínas produzidas no organismo que ajudam o sistema imunológico) são alguns dos fatores apontados pelo especialista que indicam uma tranquilidade notória em relação há dois anos.

Urbaéz critica que o pouco uso de máscaras é fruto da ideia de que a pandemia acabou, o que não é verdade.

Vale destacar que o fim da pandemia é definido apenas pela diretoria geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), junto a representações regionais.

Alguns países ainda têm populações que sequer começaram o esquema vacinal contra a Covid-19. Diante desse cenário, o coordenador da Sala de Situação de Saúde e professor da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB, Jonas Brant, ressalta a importância de melhorar a imunização comunitária no mundo. A influenza e o coronavírus, por exemplo, estão em constante mutação, podendo escapar da proteção dos imunizantes e gerar números significativos de mortes.

Há o surgimento de outras doenças que têm sido alvo de preocupação da Saúde, como a varíola do macacos e a poliomielite, que estava erradicada das Américas, mas voltou a preocupar, devido à baixa cobertura vacinal.

Vacinas

Dados da Secretaria de Saúde (SES-DF) mostram que cerca de 7 milhões de doses de imunizantes contra a Covid-19 foram aplicadas no DF. Entre a população apta a ser imunizada, ou seja, aqueles que têm mais de cinco anos de idade, 91,42% receberam a primeira dose ou a dose única, enquanto 86,24% estão com o esquema vacinal completo (primeira e segunda dose).

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