A estimativa do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, reduziu de 6,82% para 6,7% neste ano. Essa é a nona queda seguida da previsão. A projeção foi divulgada hoje, 29, no Boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a expectativa de instituições para os principais indicadores econômicos.
Para 2023, a estimativa de inflação ficou em 5,3%. Para 2024 e 2025, as previsões são de 3,41% e 3%, respectivamente.
A previsão deste ano é superior a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5% para 2022, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.
IPCA acumula alta de 4,77%, no ano, e 10,07%, em 12 meses. Neste mês, a inflação teve deflação de 0,73%, valor inferior ao de junho (alta de 0,13%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Taxa de juros
Para atingir a previsão de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Esse é o maior patamar desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano.
Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia para 11% ao ano. E para 2024 e 2025, a projeção é de Selic em 8% ao ano e 7,5% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, objetivo é conter a demanda aquecida, gerando impactos nos preços já que os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Portanto, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o Copom diminui o valor da Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, incitando a produção e o consumo.
PIB e câmbio
As instituições financeiras consultadas pelo BC aumentaram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano de 2,02% para 2,10%. Para o próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) é de aumento de 0,37%. Em 2024 e 2025, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,8% e 2%, respectivamente.
Já a estimativa para a cotação do dólar permaneceu em R$ 5,20 para 2022. Para o fim de 2023, a previsão é de que a moeda americana também fique nesse mesmo patamar.
Seja o primeiro a comentar