A alimentação sem glúten é uma importante aliada de quem sofre com doença celíaca, intolerância ao glúten e com outras alterações funcionais que esta proteína pode causar, como distensão abdominal e diarreia. Mas, quando feita de maneira errada pode ser prejudicial à saúde.
Esse alerta vem diante do cenário de uma maior busca por alimentos gluten free no Brasil: de acordo com dados da consultoria internacional Euromonitor, este setor deve prosperar de 35% a 40% neste ano. Além de questões de saúde, o maior interesse se deve, também, pela busca pelo emagrecimento e melhor desempenho em atividades físicas.
“Isso é apenas puro modismo. Você pode, sim, acabar emagrecendo sem a ingestão do glúten, mas isso é decorrente da adoção de uma dieta balanceada, com menos carboidratos e produtos industrializados, e não por cortar o glúten da sua alimentação”, ressalta Esthela Oliveira, nutróloga e especialista em medicina integrativa.
O que é glúten e para quem é indicada a dieta restritiva?
O glúten é uma estrutura proteica encontrada naturalmente em diversos cereais, como grãos de trigo, cevada e centeio, sendo utilizado na produção de massas, pães e outros produtos alimentícios; ele promove elasticidade, umidade e viscosidade.
“Em pessoas saudáveis, essa proteína pode atuar proporcionando controle glicêmico, regulação nos níveis de colesterol e triglicerídeos, melhora na absorção de vitaminas e minerais, entre outras funções”, explica a nutróloga Esthela. “Porém, algumas pessoas não conseguem digerir bem essa proteína, podendo apresentar sintomas como distensão abdominal, diarreia e perda de peso”, acrescenta.
É nesses casos que uma alimentação sem glúten deve ser indicada: quando a pessoa sofre de doença celíaca, alergia ou intolerância ao glúten. “Não existe comprovação de benefícios na dieta sem glúten em pessoas que não têm doenças relacionadas a essa proteína”, alerta Esthela.
Os perigos da alimentação sem glúten por modismo
De maneira geral, os riscos estão relacionados ao desequilíbrio nutricional, já que ao excluir alimentos sem glúten sem substitui-los de maneira eficaz, com ajuda de um especialista e com base na sua rotina, é possível haver baixa ingestão de outros nutrientes importantes para a saúde.
Além disso, a nutróloga Esthela reitera que a dieta sem glúten adotada por conta própria nada mais é do que uma dieta restritiva. “A prática de qualquer restrição alimentar feita sem acompanhamento pode promover prejuízos à saúde. O glúten é um nutriente que, em uma alimentação balanceada, é muito benéfico”, afirma.
Como fazer substituições saudáveis?
Se você tem o diagnóstico de doença celíaca ou de alguma intolerância ao glúten, vale ter atenção às alternativas saudáveis para substituir a proteína em sua alimentação. Além da busca por produtos gluten free, que já estão disponíveis nos mercados, a nutróloga Esthela Oliveira cita alguns ingredientes que podem servir como substitutos da farinha de trigo:
Farinha de arroz;
Farinha de aveia;
Fécula de batata;
Fubá;
Farinha de milho;
Amido de milho.
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