Mesmo com a recuperação de 37,8% da demanda de passageiros pagantes transportados pelos ônibus urbanos em 2021 em relação a 2020, quando comparado com o cenário de 2019, anterior à pandemia, o recuo registrado ainda é expressivo, da ordem de 32,6%. Esse percentual é equivalente a uma diminuição de 10,8 milhões de viagens de passageiros pagantes diariamente. O balanço integra o Anuário da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) 2021-2022, divulgado nesta terça, 9,, em um seminário do setor na capital paulista.
O mês de abril de 2021 teve recuperação de 119,5% em relação a março, momento em que ocorreu o maior número de isolamento social, resultando em impacto na quantidade de passageiros transportados nas cidades brasileiras. Já no mês de outubro de 2021, houve uma pequena redução de 2,1%, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
“Os dados podem apontar um cenário de estabilização do nível de demanda, em nível próximo a 70% dos níveis de 2019. Até agora, não sabemos se essa queda será totalmente revertida, indicando a possibilidade de encolhimento estrutural do setor”, diz a entidade.
Em números absolutos, em 2019, eram realizadas 33,2 milhões de viagens por passageiros pagantes por dia no país, número que caiu para 22,4 milhões em 2021 (-32,6%).
Segundo os dados, a disponibilidade de transporte público por ônibus aumentou 8,5%, em 2021, na comparação com o ano anterior. Já em julho de 2020, pouco mais de quatro meses após o início da pandemia, a oferta do serviço atingiu mais de 70%, da situação observada anteriormente. Em abril de 2022, o nível da oferta subiu para 82,3% do verificado em 2019.
O presidente-executivo da NTU, Francisco Christovam, diz que o resultado impressiona pelo impacto negativo. “Os sistemas organizados de transporte público por ônibus urbano, presentes em 2.703 municípios brasileiros, perderam R$ 27,8 bilhões, do início da pandemia a abril deste ano”.
O recuo acumulado durante toda a série histórica é de 41,5%. Em relação ao ano de 2019, ainda há baixa de 2,5% da produtividade. O anuário aponta que o crescimento do ano passado mostra que o segmento quase alcançou o mesmo patamar do ano que antecedeu a pandemia.
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