A cantora Anitta lançou na última quinta, 28, o perfume íntimo “Puzzy”, em parceria com a farmacêutica Cimed. Apesar de a fórmula ter aprovação da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e ser dermatologicamente testada e aprovada, o produto gerou polêmica nas redes sociais.
Segundo o ginecologista Luciano Curuci, presidente do Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP). “Todo e qualquer produto cosmetológico, seja perfume, hidratante, sabonete e desodorante íntimo pode sim ser utilizado, desde que seja um produto testado e aprovado dermatologicamente e seja específico para a região íntima masculina ou feminina”, explica Luciano.
Além disso, ele também afirma que o perfume deve manter o pH vaginal em seu valor natural , entre 3,5 e 4,5 – para manter a flora de defesa bacteriana presente na vagina. “Há todo um ecossistema presente na região que deve ser preservado, já que é uma barreira de proteção natural da mulher”, afirma.
O cheiro da região vaginal é natural e saudável
Apesar de a proposta do perfume ser a de neutralizar odores da região vaginal, é importante ter em mente que a vagina tem, sim, seu cheiro natural, o que é saudável. Isso acontece justamente por conta do ecossistema e da microbiota presentes na região.
“A secreção vaginal, assim como as lágrimas dos olhos, a cera dos ouvidos e a secreção nasal do nariz, é benéfica e não pode ser retirada para não alterar o pH vaginal e para evitar a proliferação de fungos e bactérias, que podem causar, respectivamente, candidíase e vaginose bacteriana”, esclarece Luciano.
Porém, é importante lembrar que um odor muito forte, acompanhado de uma secreção com cor anormal e de outros sintomas como, por exemplo, coceira, são sinais de que algo não está indo bem na sua saúde íntima. Neste caso, é importante procurar um médico ginecologista e realizar exame físico.
Cuidados com o uso do perfume e com a higiene diária
De maneira geral, o ginecologista Luciano Curuci orienta que o produto seja aplicado na região da vulva, ou seja, na parte externa, de forma branda e uma vez ao dia.
O especialista também lembra que o perfume não substitui a rotina de higiene diária da região genital. “O perfume não substitui o banho, que deve ser feito com bastante água corrente e sabonete íntimo que mantenha o pH da região”, orienta. Luciano também dá mais algumas dicas de higiene íntima, como:
Limpeza e higienização adequada sempre após o uso do vaso sanitário, tanto para urina quanto para fezes;
Utilizar calcinhas de algodão, preferencialmente, evitando o uso de roupa íntima de material sintético;
Dormir sem calcinha, para propiciar a oxigenação da região vaginal;
Evitar o uso de ducha vaginal diariamente, pois pode alterar a microbiota vaginal.
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