Ato comum de engolir espinha de peixe pode perfurar o sistema digestivo

Engolir espinhas de peixe é algo um tanto comum e que tende a ser ainda mais frequente em alguns períodos do ano, como Páscoa e Natal, principalmente devido à tradição de se comer pratos feitos com bacalhau, sardinha e outros peixes.

Embora nem sempre representem um verdadeiro risco à saúde, esses casos podem, eventualmente, trazer complicações e exigir atendimento médico. Isso porque as espinhas de peixe possuem extremidades afiadas ou formatos irregulares, o que aumenta as chances de ficarem presas na garganta.

“A ingestão acidental de espinhas de peixe é uma ocorrência muito comum. As espinhas de peixe são habitualmente pequenas e podem passar facilmente despercebidas durante o preparo do alimento ou durante a mastigação”, afirma o endocrinologista Daniel Lerario.

Segundo o especialista, num parâmetro geral, não há razão para pânico se você ingeriu uma espinha de peixe e está se sentindo bem. Se a espinha passou bem pela garganta, o mais provável é que siga pelo intestino e seja eliminada do organismo pelo processo digestivo natural.

E se a espinha de peixe ficar presa na garganta?
Entretanto, se você sentir qualquer desconforto na garganta após comer peixe, como a sensação de um caroço, isso pode indicar que a espinha de peixe ficou aderida à região e algumas medidas podem ser tomadas para resolver a situação.

Para começar, é importante evitar manipular a garganta com os dedos ou com outros utensílios, principalmente se a espinha de peixe não estiver visível. Isso pode machucar a parede da garganta, causando ainda mais desconforto e aumentando o risco de infecção.

Algumas medidas simples podem ajudar a remover essa espinha presa. Elas são:

Tossir de modo forçado;
Fazer gargarejo com água e sal;
Ingerir biscoitos secos, do tipo crackers;
Comer uma banana ou um pedaço de pão molhado em leite;
Tomar um pouco de azeite de oliva.

No caso de insucesso da remoção da espinha de peixe com as medidas acima listadas, é recomendado procurar ajuda médica. “O médico pode fazer a remoção utilizando pinças especiais. Em casos mais complicados, pode ser necessária a realização de uma endoscopia pelo nariz sob sedação, para que a espinha seja retirada de forma segura”, complementa Daniel.

Há danos ao sistema digestório?
Ao ser ingerida e passar normalmente pela garganta, o mais habitual é que a espinha de peixe siga pelo tubo digestivo até ser eliminada nas fezes. No entanto, de acordo com o médico, existe o risco de causar perfuração ao longo do sistema digestório (esôfago, estômago ou intestinos).

Segundo ele, raramente a espinha aderida na parte interna da via digestiva pode provocar um processo infeccioso, denominado abscesso, o que requererá tratamento médico especializado. “Em caso de dor ou de desconforto abdominal, enjoo, mal-estar e febre, é importante procurar um serviço de urgência para avaliação”, indica.

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