Farmacêuticos de SP denunciam escassez de medicamentos nos estabelecimentos

Quase todos os farmacêuticos do estado de São Paulo afirmam que há a falta de fármacos nos estabelecimentos onde trabalham. Levantamento do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo aponta que 98,5% dos profissionais relataram esse problema nas redes privada e pública de farmácias e estabelecimentos de saúde do estado.

Foram registrados os depoimentos de 1.152 profissionais entre os dias 19 e 30 de maio. Dentre eles, 82,8% atuam em estabelecimentos privados e 14,4% em unidades públicas ou em parceria com o sistema governamental. Trabalham em outros modelos, como entidades filantrópicas, 2,8%.

Entre os que atuam na rede particular, 899 trabalham em farmácias e drogarias, e desses, 893 disseram enfrentar falta de produtos nas prateleiras. Além disso, grande parte (98,3%) dos 118 profissionais que atuam em lugares ligados diretamente ao Poder Público também denunciou falta de remédios.

Os medicamentos mais em falta são os antimicrobianos, com relatos de escassez por 93,4% dos farmacêuticos. Os mucolíticos, que amenizam os sintomas de infecções respiratórias, estão em segundo lugar, com 76,5% dos profissionais afirmando que há escassez desse tipo de produto. Os anti-histamínicos, usados para alergias, são remédios que faltam nos locais de trabalho de 68,6% dos profissionais, e os analgésicos, em 60,6%.

Falhas dos fornecedores
A escassez do mercado é a grande vilã desse cenário no estado. A alta inesperada da demanda foi mencionada por 561 dos profissionais ouvidos. Uma parte dos participantes (459) alegou falhas dos fornecedores e 222 disseram que os preços estão acima do razoável.

O Conselho Regional de Farmácia diz que além das falhas logísticas que atingem muitos setores industriais em razão da pandemia de coronavírus, a guerra na Ucrânia e as rígidas restrições de circulação para conter os surtos de Covid-19 na China também contribuíram para esse cenário negativo.

FONTE: EBC

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