O Brasil necessita investir no aperfeiçoamento e na qualificação de pelo menos 9,6 milhões de trabalhadores em ocupações industriais até 2025. Isso é o que indica o Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, realizado pelo Observatório Nacional da Indústria. Desse montante, 2 milhões deverão ser capacotados em formação inicial, para repor os profissionais inativos e preencher as novas vagas, e 7,6 milhões em formação continuada, para os trabalhadores que precisam se aperfeiçoar.
O gerente-executivo do Observatório Nacional da Indústria, Márcio Guerra, ressalta a relevância da formação continuada em um mercado de trabalho concorrido.
“Independente de já se ter uma formação, manter-se atualizado é algo fundamental. A indústria precisa fortalecer a sua produtividade para termos mais competitividade no mercado, e para o trabalhador, porque ele precisa estar sempre atualizado nas novas tecnologias, competindo nesse mercado de trabalho bastante concorrido.”
A pesquisa também prevê que o país deve criar 497 mil novas vagas formais em ocupações industriais nesse período, atingindo 12,8 milhões de empregos no setor.
O estudo revela que, em número de vagas, ainda prevalecem os trabalhos de nível de qualificação (272 mil vagas). Porém, a procura por profissionais de nível técnico e superior é maior. De acordo com o levantamento, isso ocorre por conta das mudanças organizacionais e tecnológicas, que fazem com que as empresas busquem profissionais mais qualificados.
Áreas de formação
As áreas com maior demanda por formação são: Transversais; Metalmecânica; Construção; Logística e Transporte; e Alimentos e Bebidas.
Guerra ressalta a importância das ocupações nas áreas transversais. “São aquelas ocupações coringas, aquelas profissões que são absorvidas por diversos setores da economia, que vão desde o setor automotivo até o setor de alimentos”.
Mapa do Trabalho Industrial
Márcio Guerra explica que o Mapa do Trabalho Industrial é uma projeção que se baseia na situação econômica, política e tecnológica.
“A nossa meta é projetar a demanda por formação profissional de forma que essa informação sirva, não só para o SENAI, mas também para um debate sobre qual vai ser a demanda futura de profissionais no mercado de trabalho.”
O mapa indica levantamentos da demanda de profissionais nos níveis nacional, regional, setorial e ocupacional.
“É essencial que as pessoas saibam quais são as tendências, quais são as áreas que tendem ao maior crescimento, sobretudo na sua localidade, mas também entender quais profissões têm mais relevância, mais demanda, para que ele possa planejar a sua trajetória de formação profissional”, explica.
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