O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciou nesta terça, 3, mais um encontro que definirá o patamar para a Selic. A nova taxa básica de juros deve ser publicada nesta quarta, 4.
Na ata do encontro anterior, o BC afirmou que deve voltar a aumentar mais uma vez a Selic. O atual ciclo de alta teve início em março de 2021. A taxa atual é de 11,75% ao ano e deve subir 1 ponto percentual, nesta reunião, conforme estima o mercado financeiro.
No último boletim Focus, em que o BC avalia a expectativa do mercado financeiro, a projeção é de que a taxa básica finalize este ano em 13,25% .
Mas, as previsões acerca a inflação estão aumentando há pelo menos 16 semanas.
Em abril, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, apontou que o reflexo das taxas de juros no país está vinculado aos impactos gerados pela guerra na Ucrânia e de outros eventuais choques sobre a inflação.
A expectativa de alta segue o crescimento nos preços. Em março, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, foi de 1,62%, maior taxa para o mês desde o início do Plano Real, em 1994. Em 12 meses, o acumulado chegou a 11,30%, quase o dobro do teto da meta do Banco Central, que é de fechar 2022 com inflação de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
A taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) é um parâmetro de quanto o governo custeia para tomar dinheiro emprestado por meio da emissão de títulos públicos.
A política monetária também possui efeito sobre o câmbio. Em tese, altas na taxa Selic costumam chamar atenção de investidores externos em títulos públicos brasileiros, cuja rentabilidade aumenta, pressionando o valor do dólar para baixo diante do real.
Eventos internacionais, porém, têm o poder de suavizar esse efeito. Hoje, 3, por exemplo, o Federal Reserve Bank (FED), o banco central dos Estados Unidos, também começa a debater os juros para os títulos norte-americanos. Uma mudança por lá tem o potencial de atrair fluxo de capital que iria para outros países.
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