Estudiosos do Instituto Leônidas & Maria Deane, da Fiocruz Amazônia, e de universidades do Japão e do Reino Unido estão promovendo o desenvolvimento de uma vacina para a malária causada pelo Plasmodium vivax. O programa será financiado pelo Fundo Global de Tecnologia Inovadora em Saúde (GHIT), do país asiático, e procura um imunizante para a tratar a doença. Esse parasita é responsável por 83% dos casos no Brasil, segundo a Fiocruz.
No Brasil, a Fiocruz Amazônia dirige a pesquisa pré-clínica, fase que antecede os testes clínicos em humanos. “O incentivo é algo fundamental para nós, porque o Japão tem um polo tecnológico bastante avançado”, explica a vice-diretora de Pesquisa da Fiocruz Amazônia e coordenadora local dos estudos, Stefanie Lopes.
“Aqui, no Brasil, avaliaremos se o imunizante é capaz de inibir a infecção no mosquito”, completa a pesquisadora.
A pesquisa pré-clínica serve para avaliar como uma substância reage ao corpo. Os testes podem ser realizados in vivo (em animais), in vitro (em amostras biológicas) e em ex vivo (em tecidos). Se houver êxito nessa fase, terá a continuidade da pesquisa, passando para a fase de ensaio clínico.
No país, a pesquisa ainda está sendo feita com os ensaios in vivo, bloqueando a transmissão da doença no vetor e ex vivo atuando no estágio sanguíneo do parasita.
Malária no Brasil
Levantamento do Ministério da Saúde mostra que aproximadamente 99% dos casos de malária estão concentrados na região Amazônica, nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
No ano passado, foram registrados 145 mil casos de malária. A meta brasileira é eliminar a transmissão da doença até o ano de 2035.
Seja o primeiro a comentar