A baixa do euro para uma mínima em 5 anos está trazendo à tona a possibilidade de a moeda atingir a paridade com o dólar pela primeira vez em duas décadas, já que receios de uma possível recessão econômica em todo o bloco impulsionaram os investidores a apostar na baixa da divisa comum.
Com a moeda única indo a um piso de 1,0514 dólar, aumentando as perdas neste mês para 4,5%, alguns indicadores financeiros e econômicos de alta frequência estão alerta vermelho.
É provável que haja mais queda, disse Vasileios Gkionakis, chefe da estratégia de câmbio do G10 para Europa, Oriente Médio e África (Emea) do Citi, acrescentando que “as hipóteses estão muito mais limpas do que anteriormente, sugerindo espaço para uma acumulação maior de posições de venda”.
Uma alteração para a paridade euro-dólar será complexa, mas com operadores de câmbio passando por algumas barreiras técnicas rígidas.
A mudança no cenário do euro ainda seria limitada por contratos de opções consideráveis em torno da mínima do início de 2017 de 1,0340 dólar e, em seguida, do patamar de 1,02 dólar alcançado pela última vez em dezembro de 2002, segundo dois operadores.
Movimentos rápidos também podem chamar intervenção do BCE (Banco Central Europeu), que aconteceu pela última vez em 2000 e 2011, principalmente se a fraqueza do euro gerar tensões no mercado de títulos em países mais frágeis, como a Itália.
Diante desse cenário, poucos bancos estão dispostos a estimar que a paridade euro-dólar será atingida. O HSBC, por exemplo, diz que o nível de 1,0341 dólar do início de 2017 pode aparecer “casos as dificuldades macropolíticas não diminuam”.
O Rabobank afirmou que vai reavaliar sua previsão de euro a 1,10 dólar, observando o dólar “mais forte por mais tempo”, porém espera que “a paridade euro-dólar não aconteça” se os empecilhos no fornecimento de energia forem contornadas e o aperto da política monetária pelo BCE continuar em vigor.
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