No dia em que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e o presidente russo, Vladimir Putin se encontraram, e após a visita de dois ministros norte-americanos a Kiev, o chefe da diplomacia de Moscou, Serguei Lavrov, disse que deseja seguir com a tentativa de cessar-fogo entre a Rússia e Ucrânia. Ele alertou para o “perigo real” de o conflito se desdobrar em uma Terceira Guerra Mundial.
Lavrov acusou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de “fingir” para gerar conflito com a Rússia, no dia em que Moscou afirmou ter atingido aproximadamente 100 alvos na Ucrânia, incluindo instalações ferroviárias no centro do país, tentando suspender o fornecimento de armamento.
“Ele é um bom ator. Se prestarmos atenção a tudo que ele fala, encontraremos mil contradições”, afirmou Lavrov.
Diante das tensões sem precedentes entre Moscou e o Ocidente, causadas pelo conflito na Ucrânia, Lavrov alertou para o risco da Terceira Guerra Mundial. “O perigo é sério, é real, não podemos subestimá-lo”, considerou.
Tais declarações foram feitas após um dia da visita a Kiev dos secretários Lloyd Austin, da Defesa, e Antony Blinken, de Estado, dos Estados Unidos (EUA), com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy. Foi a primeira visita de governantes norte-americanos à Ucrânia desde o início da guerra, em 24 de fevereiro.
Austin acredita que a Ucrânia seja capaz de sair vitoriosa dessa guerra, se tiver o equipamento e o apoio certos.
O mandatário ucraniano entregou aos representantes estadunidenses um programa de ação para aumentar as sanções contra Moscou, elaborado pelo grupo internacional de especialistas Yermak-McFaul, criado por ele. O plano propõe novas sanções que incluam o petróleo e gás, transporte, novas proibições na área financeira e mais restrições à atividade das empresas estatais russas. Além disso, também estabelece o reconhecimento da Rússia como Estado patrocinador do terrorismo.
As duas autoridades norte-americanas informaram, durante o encontro com Zelensky, que os EUA aprovaram US$ 713 milhões em suporte militar estrangeiro para a Ucrânia e 15 países aliados e parceiros.
Desse total, a Ucrânia vai receber US$ 322 milhões em financiamento militar e US$ 165 milhões em munições.
Já o restante do valor será enviado a países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e outras nações que forneceram a Kiev apoio militar desde o início da guerra.
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