Onipresente durante o verão e um incômodo substancial, a mosca-doméstica também é um risco expressivo à saúde da população. Embora seja pequena, estudos apontam que ela é capaz de carregar centenas de diferentes espécies de bactérias prejudiciais à saúde.
“A mosca é capaz de transmitir salmonella, tuberculose, febre tifóide e diversos ovos de vermes e parasitas em um segundo que pousa na comida”, explica a nutricionista Karina Gardini.
Entre as doenças causadas pelos patógenos transportados pelas moscas, ainda é possível destacar: úlcera, gastrite, rotavirose, cólera, hepatite A, pneumonia, hepatite E, poliomielite, doenças bacterianas.
Como a mosca transmite as bactérias para o alimento?
A mosca pode transmitir agentes de três maneiras, segundo o biomédico Roberto Martins Figueiredo.
O primeiro é a através do vômito. A mosca é um inseto que não possui um aparelho bucal mastigador, ou seja, ela não possui dentes capazes de mastigar o alimento. Para se alimentar, ela precisa quebrá-lo .
No momento em que ela pousa no prato, ela vomita todo aquele alimento que precisa ser quebrado. Depois desse processo, a comida é dissolvida e ela é capaz de se alimentar. É nesse momento que a mosca deposita inúmeras bactérias que carrega em seu organismo.
O segundo modo é através das fezes. À medida que a mosca se alimenta, ela também defeca no prato de comida, transmitindo os agentes que produzem doenças, como a bactéria h.pylori, por exemplo.
“Inseto da sujeira”
A mosca também é capaz de transmitir bactérias através dos pelos sensoriais que possui nas patas. Ao tocar em superfícies, ela consegue carregar os microorganismos causadores de doenças.
Segundo Vanessa Lobato, nutricionista do Saúde Minuto, as moscas circulam em diversos lugares, como aterros sanitários, lugares onde há alimentos em decomposição, animais mortos, fezes e muitos outros. Entre esses resíduos pode estar uma série de parasitas e patógenos.
A mosca pousou: joga fora ou pode comer?
Embora não haja dúvidas que a mosca possa transmitir agentes causadores de doenças, é improvável que uma única aterrissagem desencadeie grandes problemas ao organismo. Salvo situações específicas, conforme aponta Lobato, caso a pessoa apresente alguma doença autoimune ou tenha sistema imunológico fraco.
Nesse caso, jogar fora apenas a parte aparente que a mosca teve contato já é suficiente, explica a especialista.
“Se você deixou um alimento descoberto durante horas e não sabe quantas moscas pousaram e o quanto de tempo que ficou exposto, é primordial que faça o seu para evitar possíveis problemas desses patógenos”, recomenda Vanessa.
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