A migração de capitais externos para a América Latina e a alta nos juros impactaram a cotação do dólar, fazendo com que seu valor caísse pela oitava vez seguida e atingisse o menor valor desde o início da pandemia de Covid-19.
O dólar comercial finalizou esta sexta, 25, vendido a R$ 4,747, com queda de R$ 0,085 (-1,47%).
A última vez que a moeda norte-americana atingiu o menor valor nos últimos dois anos foi no dia 11 de março de 2020, quando tinha fechado a R$ 4,72. Naquele dia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tinha decretado o início da crise sanitária mundial.
Nesta semana, o dólar caiu 5,35%. A divisa acumula recuo de 7,92% em março e de 14,86% em 2022.
No mercado de ações, o dia foi mais complicado. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 119.081 pontos, com leve alta de 0,02%. O indicador oscilou entre altas e quedas com o recuo de ações de empresas exportadoras de commodities. O Ibovespa continua no maior valor desde setembro do ano passado.
Duas situações têm influenciado a entrada de capitais no Brasil e na América Latina. O primeiro é o conflito na Ucrânia, que provocou o deslocamento de capitais do leste europeu para países latino-americanos. A alta das commodities impulsionada pela guerra estimula a entrada de divisas em países exportadores de matérias-primas, como o Brasil. A cotação do barril de petróleo do tipo Brent, usado nas negociações internacionais, foi elevada para US$ 120,65, com alta de 1,4%.
O segundo fator é a alta de juros no continente. No Brasil, a taxa Selic está em 11,75% ao ano, representando o maior nível desde abril de 2017.
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