Em sessão solene na Câmara dos Deputados, nesta terça, 15, deputadas requisitaram justiça para o assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, no Rio de Janeiro. A tragédia completou quatro anos nesta segunda, 14. Dois homens acusados de serem os assassinos ainda esperam por julgamento, entretanto as apurações não identificaram quem foi o mandante do crime da parlamentar e por que o crime aconteceu.
Líder do Psol na Câmara, que era o partido de Marielle, a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) foi uma das que exigiu justiça e ressaltou que milícias e milicianos estão envolvidos com o crime. “Aqueles que orquestraram a morte de Marielle naquela noite tinham o objetivo, sem dúvida, de tentar calar sua voz, as suas ideias, os seus objetivos, a sua atuação política”, disse.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), por sua vez, ressaltou que o crime tem cunho de violência política de gênero e que o mundo inteiro aguarda a resposta para ele. “Sabemos quem atirou, dirigiu o carro, mas não há conhecimento de quem orquestrou o crime e o por quê. Não há resposta maior do que o esclarecimento e a punição para a violência política de gênero”, disse.
Simbologia
A deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) destacou a simbologia em torno do assassinato. “Marielle, mulher negra, num país que é o quinto com maior taxa de feminicídios no mundo e em que o feminicídio é negro. Marielle, mulher favelada, em que a favela é foco do braço armado do Estado, mas lá há assistência do SUS, não chega creche”, citou.
A deputada Erika Kokay (PT-DF) afirmou que as inconclusões da investigação e o sigilo que gira em torno da situação ocorrem porque “O crime mexe nos cernes de um poder que se associa com milícias e com jagunços. A morte de Marielle Franco representa o ataque frontal, a bala no corpo da democracia, balas no corpo de cada mulher negra do Brasil, balas no corpo de todas que têm a audácia de descer os morros e assumir os palanques e as tribunas que eles negam a essa nação.”
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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