O Ministério da Saúde lançou nesta quinta, 6, o programa Cuida Mais Brasil que vai liberar R$ 194 milhões do orçamento da pasta para colocar mais pediatras e ginecologistas-obstetras nas equipes de Atenção Primária à Saúde (APS) do Sistema Único de Saúde (SUS).
O ministério afirma que atualmente há 5.699 pediatras alocados na APS em todo território nacional. Porém, existe um problema na distribuição regional desses profissionais, já que mais da metade deles estão São Paulo e Minas Gerais.
Enquanto isso, estados do Nordeste, como Pernambuco (9) e Paraíba (5), e do Norte, como Roraima (4) e Acre (5), possuem menos de dez pediatras para prestarem serviços. A mesma situação é encontrada na quantidade de ginecologistas-obstetras. Em Roraima, por exemplo, há apenas um profissional do tipo na APS.
O Secretário de Atenção Primária à Saúde, Rafael Câmara, diz que a falta de igualdade explana a disparidade também nos índices de mortalidade materna e infantil, que são elevados em locais com menos pediatras e ginecologistas-obstetras.
O secretário afirma que o programa Cuida Mais Brasil busca diminuir essa desigualdade de forma que direcione fundos aos municípios mais carentes para que possam melhorar a qualidade do serviço oferecido a gestantes e crianças, mas que não será possível preencher todas as equipes de APS com esses especialistas.
Informações do Conselho Federal de Medicina (CFM) apontam que existem hoje no país aproximadamente 42 mil pediatras, embora haja no Brasil 53 mil equipes de Atendimento Primário à Saúde. Assim, “é absolutamente impossível” ter um especialista do tipo em cada equipe.
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