A campanha de vacinação contra a covid-19 é caracterizada pelas disparidades sociais que atingem o território brasileiro, segundo dados coletados por pesquisadores do painel MonitoraCovid-19, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). Dentre os fatores sociais analisados, está o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), além de aspectos ligados à renda e localização geográfica. Nos municípios com menor IDH, são mais baixas as taxas de vacinação.
Segunda a Nota Técnica 23, o IDH ajuda a qualificar a desigualdade do recebimento de imunizantes no território nacional.
Em comparativo, entre os municípios considerando o tipo da dose recebida, o IDH e o tamanho da população que mora nestas cidades, apontou-se uma baixa de quase 20 pontos percentuais na cobertura da primeira dose, de acordo com o nível de desenvolvimento dos municípios.
“Na primeira dose, por exemplo, o grupo de municípios com IDH muito elevado mostrava, no último dado disponível, percentual de imunização de cerca de 80%, enquanto no grupo de municípios com IDH baixo, esse percentual é de 60.”, diz a nota.
Locais remotos
“Enquanto as regiões Sul e SudestSUe apresentam elevado percentual de vacinação, locais da região Norte, Nordeste e Centro-Oeste ainda apresentam bolsões com baixa imunização. Se considerarmos como um cenário de segurança, a vacinação com esquema completo acima de 80%, encontramos no Brasil apenas 16% dos municípios nessa situação”, diz o documento.
A Fiocruz aponta que essas falhas no processo de vacinação são preocupantes também em áreas de fronteira com o Brasil.
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