A Escola de Música de Brasília (EMB) faz os últimos preparativos para a retomada, em março, das aulas presenciais, diferentemente do que acontece nas outras escolas da rede pública de ensino. Pelas peculiaridades da música e a necessidade de manter protocolos diferenciados, as aulas por lá vão demorar mais um pouquinho.
“Não seria possível cumprir todo o protocolo, pois não podemos deixar as portas e janelas abertas, como determinam as medidas sanitárias. O som de uma sala atrapalha a aula em outra”, explicou o diretor da instituição, Davson de Souza. A EMB oferece 79 cursos a 3 mil alunos, em três turnos.
O edital para o concurso de ingresso de novos alunos já foi lançado. As inscrições dos candidatos serão de 24 de novembro a 5 de dezembro e as provas estão previstas para acontecer no dia 6 de dezembro.
O recorde de inscrições marcou o curso de verão deste ano: 9.486 pessoas de todo o mundo participaram do evento virtual. Na edição anterior, foram 2 mil participantes
Aula on-line deu certo
Ao contrário das demais instituições de ensino, não só do Brasil, mas de todo o mundo, a Escola de Música teve um aumento do número de alunos e redução das abstenções durante a pandemia. “Cerca de 30% de nossos estudantes são do Plano Piloto e os demais das outras regiões do DF e também do entorno. Muitos trancavam os cursos à noite porque moram muito distante da escola. Já com as aulas virtuais, eles puderam acompanhar”, explicou Davson.
Segundo o diretor, a boa experiência com as aulas virtuais fez com que a entidade passasse a considerar a possibilidade de propor ao Conselho de Educação e ao Ministério da Educação autorização para ofertar alguns cursos no sistema híbrido no próximo ano.
A professora de clarineta, Ika Jussara do Nascimento, disse que, apesar das dificuldades enfrentadas por alguns alunos, foi possível prestar um ensino de qualidade durante o período de aulas remotas. “Minhas aulas são individuais. Pude dar atenção, ouvir dos alunos quais eram as dificuldades deles”, disse.
Ao avaliar o retorno presencial, Ika comenta: “Meu instrumento é a clarineta. Para tocar é preciso tirar a máscara. Creio que alguns não vão voltar por questões de saúde. Mas em algum momento isso terá mesmo que acontecer”.
O servidor público Eli Santos, de 45 anos, estuda contrabaixo na EMB. Ele está pronto para o retorno das aulas presenciais, mas é só elogios para o período de aulas remotas. Aluno da instituição desde 2013, Eli disse que chegou a duvidar que fosse possível a realização de aulas de música a distância. “O ensino remoto foi um desafio que a escola conseguiu superar e fazer um excelente trabalho”, disse.
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